O segurança fechava já a portinhola de acesso à escadaria. A hora do fecho aproximava-se, pouco faltava para as seis da tarde.
Uma senhora surge, esbaforida, da grande porta de entrada, molha a mão na água benta e corre para o segurança. De lágrimas nos olhos, segura-lhe as mãos e implora-lhe: “Per favore! Per favore!”. Ninguém conseguiria recusar. O segurança acede e abre de novo o pequeno portão.
A senhora entra, ajoelha-se e beija o primeiro degrau. Todos viram o seu rosto transfigurar-se: ali a senhora estava em paz. De olhos fechados e mãos juntas ao peito, inicia em surdina uma oração, seguindo os restantes fieis, já uns quantos degraus à frente.
Na parede, uma placa avisa:
La scala santa si puo salire solo in ginocchio.
The holy stairs can be climbed only on one’s knees.
São 28 degraus, estes que Jesus Cristo subiu no dia da sua morte. Da casa de Pôncio Pilatos, em Jerusalém, a escadaria viajou para Roma, graças a Santa Helena, mãe do Imperador Constantino.
Cá em baixo, ao fundo das escadas, cria-se uma plateia de turistas. Outros tantos como eu admiram a devoção dos fieis.
O sol, já a pôr-se, entra pela grande porta, aconchega-os e ilumina-lhes o caminho.
terça-feira, 17 de março de 2009
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